
Nada de híbrido
Se você, neste momento, está se perguntado: “Mas não é híbrido?”. Pois é, foi a mesma pergunta que fizemos para o responsável pelo produto na Peugeot do Brasil, Victor Leite, que nos deu uma aula sobre o carro antes de botarmos o pé na estrada. De acordo com ele, no Brasil, a ideia é eletrificar a gama aos poucos. Por hora, apenas o 208. E, antes que você pense, o 1.2 Puretech turbo de 130 cv (disponível na Europa) também está descartado por aqui.
Ou seja, a ideia de aumentar potência e, não menos importante, abater imposto de importação, não esteve nos planos da Peugeot ao trazer o 3008. Para (tentar) justificar a escolha de não trazer para cá o modelo híbrido, a Peugeot afirma que a redução do consumo e das emissões de CO2 vêm do trabalho de arquitetura e da diminuição de massa do 3008 -, mas não especificou de onde tirou a tal massa.
Ainda em termos de manobrabilidade, o 3008 tem bom comportamento em curvas, direção direta e as suspensões evitam sustos, uma vez que não permitem rolagem extrema da carroceria. Em contrapartida, o 3008 mantém o mesmo problema que vem lá do começo: as batidas secas geradas pelos amortecedores. Isso poderia ser melhorado, afinal, dirigir em São Paulo é o mesmo que encarar trilha off-road.
Com as tais novidades, o SUV (de tração dianteira) tem até ajuste automático ao modo de dirigir do condutor. São três, que deixam a direção mais agressiva, mais suave, ou mais econômica. Antes, o 3008 tinha apenas o botão Sport. Mas ele não modificava a aparência do painel de instrumentos, como agora.
Voltando aos números, a 120 km/h, velocidade máxima das estradas brasileiras, o ponteiro do conta-giros estaciona pouco acima dos 2.000 rpm. Por falar em velocidade, a máxima, informa a marca, é de 235 km/h.
Design
Inspirado no novo 208, o SUV adotou pegou alguns elementos emprestado do irmão hatch, como o prolongamento dos faróis (redesenhados e que integram as luzes de neblina) em direção ao para-choque por um fino filete iluminado por LEDs, deixando bem clara a intenção de aderir a nova linguagem visual da marca. Para a marca, o citado detalhe tem a intenção de lembrar uma presa — afinal, a marca tem um leão como símbolo.
No capô, aparece o nome “3008” e, logo abaixo, quem dita as regras é a nova grade dianteira Frameless, de borda infinita. A grosso modo, forma-se um efeito degradê que invade o para-choque, não deixando espaço para delimitação. Não se sabe onde acaba a grade e onde começa o para-choque. Um tanto quanto interessante. O logotipo foi reposicionado.
Na parte de trás, quase nada mudou, mas continua com um toque de atualidade. A iluminação das repaginadas lanternas – cobertas por um acabamento em black piano — é feita totalmente por LEDs (inclusive na luz de ré). As “garras” têm efeito 3D e as setas são do tipo scrolling (rolagem, em português).
No habitáculo
Fabricado em Sochaux, na França, o 3008, assim como a concorrência, vem com uma ampla lista de itens de série. Afinal, não é tarefa fácil brigar com modelos do naipe de Audi Q3 e companhia. Para a Peugeot, foi-se o tempo em que o 3008 brigava com Jeep Compass.
Tem, de série, compatibilidade com o sistema MirrorScreen que inclui conexão Apple CarPlay e Android Auto. Tem uma entrada USB oara recarga de celular para os ocupantes dianteiros e duas para quem vai atrás. Sem contar o carregador Wireless.
No mais, alerta de atenção do condutor, assistência de farol alto e para declives, tampa do porta-malas com acionamento automático, teto solar panorâmico e massagem nos bancos dianteiros. De quebra, destaque para o Advanced Grip Control, antipatinagem otimizada com quatro modos de aderência (Normal, Neve, Lama, Areia) com pneus específicos.
Tecnologia de ponta
Saiu da faixa? Uma luz laranja acende no painel e o volante corrige sozinho a trajetória. Este é um dos assistentes inclusos no Peugeot Driver Assist Plus, que se traduz em auxílios à condução. Tem, também, os inéditos controlador de velocidade adaptativo com Stop&Go (para e anda), faz reconhecimento de placas de velocidade e o Active Safety Brake evita colisões a partir de 5 km/h até 140 km/h — detecta carros e pedestres.
O pacote é completo e traz, ainda, sensor de ponto cego, câmera traseira em 180°. O Visiopark 2, no entanto, oferece câmeras dianteira e traseira em 360°. Na hora de estacionar, o Park Assist oferece assistência ativa em vagas paralelas ou transversais.
Por dentro, quase tudo é novo
O habitáculo do 3008 é um show à parte. A começar pelos botões que lembram chaves de comandos de avião. Está mais moderno com a adoção do i-Cockpit 2.0. Tem novas telas no painel de instrumentos (12,3″) e no painel central (10″ na versão GT Pack) e o acabamento é excelente, com novos estofados em couro Alcantara Preto Mistral. Plástico duro, nem pensar!
O formato voltado ao motorista facilita a ergonomia. Permanece, também, a ideia do volante de diâmetro reduzido e painel de instrumentos posicionado um tanto mais para cima, facilitando a visão e, claro, embelezando ainda mais o interior.
O novo Peugeot 3008 está disponível nas cores: Azul Vertigo, Branco Nacré, Cinza Artanse, Cinza Platinium, Preto Perla Nera e Vermelho Ultimate. Tudo depende da versão de acabamento. Ah! O preço? Nada menos que R$ 229.990 na versão Griffe, e R$ 249.990 na configuração GT Line.
Abastecido apenas com gasolina (não tem alimentação Flex como em alguns irmãos tanto da própria Peugeot, como da prima Citroën), o motor gera o bom torque de 24,5 kgfm que surge a breves 1.400 rpm. É mais tempo com força total. Ponto para a linearidade do câmbio automático de seis marchas. Mas aqui tem novidade! Em nova geração, traz, agora, o comando por impulso elétrico e o modo Sport, cuja missão consiste em dar mais reatividade e dinamismo.
- Fonte: Jornal do Carro /
- Autor: Vagner Aquino, /
- Data: 21 junho 2021
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